Faz parte do senso comum a crença na expressão “vinho, quanto mais velho, melhor”. No entanto, Marco Antonio Carbonari, dono da vinícola Villa Santa Maria, explica que na verdade a maioria dos vinhos são feitos para serem consumidos o quanto antes. Por isso, o enólogo recomenda, de maneira geral, abrir a garrafa e beber o vinho nos primeiros anos de vida, mas então onde entram os vinhos de guarda?
Alguns vinhos são feitos para envelhecer (ou evoluir). Então, um vinho de guarda é aquele que tem potencial para envelhecer. Entre as cepas tintas com bom potencial de guarda, vale destacar a Cabernet Sauvignon, Merlot, Mourvèdre e a Syrah. Já entre as castas brancas destacam-se Chardonnay, Muscadelle e Roussanne.
Porém, Marco Antonio Carbonari explica que o potencial de armazenamento do vinho resulta de uma combinação de fatores, incluindo o solo, o clima e a localização geográfica da vinícola, a escolha das uvas e o conhecimento do enólogo responsável pela rotulagem.
Estes vinhos são guardados para que passem por um processo de micro oxigenação. Isto é, o oxigênio vai causar uma oxidação no vinho, que vai deixá-lo envelhecido. Este processo de envelhecimento causará alterações na cor, no corpo, nos taninos, na acidez e nos aromas. O tinto perderá sua cor e aumentará a complexidade e a sedimentação. O tanino e a acidez também são um pouco perdidos. Os ácidos e álcoois interagem com o oxigênio para formar aldeídos e ésteres. O branco tende a ficar mais escuro, chegando a ser dourado, e os aromas frescos são convertidos em aromas como mel e frutas como avelãs.
Marco Antonio Carbonari comenta que as condições de conservação são essenciais para que o vinho atinja o seu potencial máximo de armazenamento. A garrafa deve ser armazenada na vertical para que a rolha fique sempre em contato com o líquido. A temperatura ideal é entre 17 e 18 ° C, e a adega deve ser mantida no escuro e protegida dos raios ultravioleta, com umidade do ar entre 60% e 70%.
Eles não são vinhos de todos os dias. No entanto, vale a pena ter a oportunidade de beber vinhos que são devidamente envelhecidos nas condições certas. A verdade é que tendem a ser mais caros. Quando os compramos quando somos jovens, eles já são caros e ainda mais caros no consumo ideal.