Em 22 de abril de 2025, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) participou de um evento em Brasília que marcou o início dos testes da tecnologia Direct-to-Device (D2D). Essa inovação permite a comunicação direta entre celulares e satélites, sem a necessidade de infraestrutura terrestre, como torres de telefonia móvel. A demonstração foi realizada pela empresa Viasat, em parceria com operadoras de telefonia móvel, e teve como objetivo avaliar a viabilidade técnica e operacional dessa tecnologia no Brasil.
A tecnologia D2D utiliza satélites de baixa órbita para estabelecer conexões de voz e dados com dispositivos móveis. Durante o evento, foi demonstrado que dois celulares conseguiram se comunicar diretamente por meio de um satélite, utilizando a faixa de frequência conhecida como banda L. Esse avanço é particularmente relevante para regiões remotas e áreas rurais do Brasil, onde a cobertura de telefonia móvel é limitada ou inexistente. Além disso, a tecnologia D2D pode ser crucial em situações de emergência, quando a infraestrutura terrestre é danificada ou inacessível.
A Anatel, por meio de seu Sandbox Regulatório, tem apoiado o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias no setor de telecomunicações. O Sandbox permite a flexibilização temporária de normas regulatórias para testar soluções inovadoras em um ambiente controlado. No caso da tecnologia D2D, a Anatel autorizou o uso temporário de radiofrequências destinadas ao Serviço Móvel Pessoal (SMP) para a realização dos testes com satélites de baixa órbita. Essa abordagem facilita a experimentação e a coleta de dados essenciais para futuras regulamentações.
Os resultados iniciais dos testes realizados em Brasília foram positivos, com conexões estáveis e de qualidade, proporcionando serviços de voz e dados em áreas que anteriormente não tinham cobertura. Esses resultados reforçam o potencial da tecnologia D2D para expandir a conectividade no Brasil, especialmente em regiões isoladas e de difícil acesso. A Anatel, ao acompanhar de perto esses testes, busca garantir que as inovações tecnológicas estejam alinhadas com as necessidades da população e com os objetivos de inclusão digital do país.
A implementação da tecnologia D2D no Brasil representa um avanço significativo na busca por soluções de conectividade mais abrangentes e resilientes. Ao permitir a comunicação direta entre dispositivos móveis e satélites, a tecnologia D2D pode superar barreiras geográficas e melhorar a qualidade dos serviços de telecomunicações em áreas remotas. Além disso, ela pode contribuir para o desenvolvimento de aplicações em setores como agricultura, logística e monitoramento ambiental, ao integrar dispositivos da Internet das Coisas (IoT) à rede de comunicação via satélite.
A Anatel, ao autorizar e acompanhar os testes da tecnologia D2D, demonstra seu compromisso com a inovação e com a melhoria contínua dos serviços de telecomunicações no Brasil. A agência reconhece a importância de explorar novas soluções tecnológicas para atender às demandas da sociedade e promover a inclusão digital. O sucesso dos testes realizados em Brasília é um passo importante para a implementação dessa tecnologia em larga escala no país.
O próximo desafio será a expansão dos testes para outras regiões do Brasil, especialmente aquelas com baixa cobertura de telefonia móvel. A Anatel continuará a monitorar de perto o desenvolvimento da tecnologia D2D, avaliando sua viabilidade técnica, operacional e regulatória. Além disso, a agência promoverá o diálogo com os diversos stakeholders do setor de telecomunicações, incluindo operadoras, fabricantes de equipamentos e usuários finais, para garantir que a implementação da tecnologia atenda às necessidades e expectativas da sociedade brasileira.
Em resumo, a Anatel acompanha atentamente os testes da tecnologia Direct-to-Device em Brasília, reconhecendo seu potencial para transformar a conectividade no Brasil. A agência continuará a desempenhar um papel ativo na promoção da inovação no setor de telecomunicações, buscando soluções que ampliem o acesso aos serviços de comunicação em todo o território nacional. A implementação bem-sucedida da tecnologia D2D pode representar um marco na evolução das telecomunicações no país, contribuindo para um futuro mais conectado e inclusivo.
Autor: Schmidt Becker