A busca por resultados consistentes no campo deixou de ser medida apenas em toneladas colhidas, e tal como expõe Aldo Vendramin, empresário e fundador, o agronegócio que pretende se manter relevante em 2026 precisa equilibrar sustentabilidade e competitividade na mesma estratégia. Em um cenário de maior fiscalização, consumidores mais exigentes e mercados internacionais atentos à origem dos produtos, produzir muito já não basta: é necessário produzir bem, com responsabilidade ambiental, eficiência no uso de recursos e capacidade de inovar em toda a cadeia.
Continue lendo para entender por que sustentabilidade e competitividade deixaram de ser conceitos opostos e se tornaram pilares complementares do agronegócio moderno, possibilitando a melhora e a transformação das produções como nunca vistas!
Novas pressões e oportunidades no agronegócio
O agronegócio brasileiro vive uma fase de transformação estrutural. De um lado, há a pressão por aumento de produtividade para atender a demanda global por alimentos, fibras e energia. De outro, crescem as exigências relacionadas à preservação ambiental, redução de emissões, rastreabilidade e respeito à legislação. Aldo Vendramin explica que ignorar essas demandas não é mais uma opção: quem resiste a essa mudança tende a perder espaço em mercados estratégicos.

Essa convergência de fatores cria um ambiente em que práticas sustentáveis deixam de ser apenas uma exigência regulatória e passam a representar vantagem competitiva. Produtores que adotam boas práticas de conservação do solo, uso racional de insumos, manejo adequado de resíduos e tecnologias de monitoramento conquistam melhores condições de negociação, acessam linhas de crédito diferenciadas e ampliam suas possibilidades de inserção em cadeias globais.
Ao mesmo tempo, o avanço da ciência e da tecnologia oferece ferramentas para que sustentabilidade e eficiência caminhem juntas: agricultura de precisão, bioinsumos, silos inteligentes, sistemas integrados de produção e soluções digitais de gestão são alguns exemplos de como a inovação vem se tornando aliada da rentabilidade.
Sustentabilidade como estratégia, não como discurso
Durante muitos anos, a sustentabilidade foi tratada como um tema periférico, frequentemente associada a ações pontuais ou campanhas de imagem. Hoje, ela ocupa lugar central nas decisões de negócios, visto que, como alude o senhor Aldo Vendramin, o produtor que encara a sustentabilidade apenas como obrigação corre o risco de perder oportunidades concretas de melhoria de desempenho.
Na prática, isso significa incorporar critérios ambientais, sociais e de governança no planejamento de safra, no desenho de investimentos e na escolha de parceiros. Preservar áreas de reserva, manter cadastro e licenciamento em dia, monitorar o uso de água e fertilizantes, cuidar das condições de trabalho e registrar informações de forma organizada são atitudes que se refletem na segurança jurídica e na atratividade da propriedade perante compradores, indústrias e instituições financeiras.
Essa abordagem estratégica também facilita o acesso a certificações e programas de carbono, que vêm ganhando força em mercados internacionais. Ao demonstrar, com dados, que suas operações reduzem impactos ambientais e promovem o uso eficiente de recursos, o produtor se posiciona de forma diferenciada em um cenário de concorrência global, informa o empresário.
Competitividade apoiada em tecnologia e gestão
Ser competitivo em 2026 significa ir além da intuição e da experiência acumulada. A gestão profissional do agronegócio exige informações confiáveis, análise de indicadores e visão integrada da propriedade, por isso, o senhor Aldo Vendramin reflete que a competitividade sustentável nasce da combinação entre tecnologia, planejamento e disciplina operacional.
Ferramentas de agricultura de precisão permitem aplicar insumos de forma localizada, reduzindo desperdícios e melhorando o aproveitamento de nutrientes. Sistemas de monitoramento climático e de solo auxiliam na escolha do melhor momento para plantio, manejo e colheita. Plataformas de gestão integram dados de produção, estoque, armazenamento e comercialização, oferecendo uma visão clara dos custos, margens e riscos.
No armazenamento, por exemplo, a adoção de silos modernos e bem geridos reduz perdas, preserva a qualidade dos grãos e amplia a flexibilidade comercial. Isso significa que, em vez de ser forçado a vender toda a produção imediatamente, o produtor pode aguardar momentos mais favoráveis de preço, e tal como ressalta Aldo Vendramin, a competitividade deixa de ser apenas resultado de uma boa safra e passa a depender também de decisões inteligentes ao longo da pós-colheita.
Integração de sustentabilidade e competitividade na prática
Aldo Vendramin considera que o ponto central para 2026 é entender que sustentabilidade e competitividade não competem entre si: elas se fortalecem mutuamente. Um manejo de solo bem planejado reduz a erosão, melhora a retenção de água e diminui a necessidade de correções futuras, impactando positivamente os custos. O uso criterioso de defensivos e fertilizantes protege o meio ambiente e, ao mesmo tempo, evita desperdícios e aplicações desnecessárias. A adoção de boas práticas trabalhistas reduz a rotatividade, aumenta a qualificação da equipe e melhora a produtividade.
Empresas e propriedades rurais que incorporam essa lógica tendem a construir relacionamentos mais sólidos com compradores, cooperativas, tradings e indústrias. Em um cenário em que cadeias globais de valor exigem transparência e responsabilidade, ter uma operação organizada, documentada e alinhada a critérios técnicos é um diferencial decisivo.
Além disso, a integração entre sustentabilidade e competitividade abre caminho para parcerias com centros de pesquisa, start-ups e fornecedores de tecnologia, ampliando a capacidade de inovar e de se adaptar às mudanças climáticas, regulatórias e de mercado.
Agronegócio 2026: o produtor como protagonista da mudança
O agronegócio brasileiro tem condições únicas de liderar a construção de um modelo de produção que concilie crescimento econômico, segurança alimentar e cuidado com o meio ambiente. Para isso, porém, é necessário que produtores, cooperativas, indústrias e agentes financeiros conversem na mesma linguagem e compartilhem objetivos de longo prazo.
Ao olhar para 2026, fica claro que o protagonismo do produtor passa pela capacidade de decidir com base em informação, investir com responsabilidade e adotar práticas que preservem o potencial produtivo da terra. A experiência de campo continua valiosa, mas ganha ainda mais força quando se soma à técnica e à gestão estruturada, elucida o senhor Aldo Vendramin.
Equilibrar sustentabilidade e competitividade na mesma mesa não é apenas uma exigência externa, mas uma escolha inteligente para quem deseja garantir a continuidade do negócio, proteger o patrimônio e deixar um legado positivo. O agronegócio que faz essa leitura de forma antecipada chega à próxima década mais preparado, respeitado e inserido nas principais rotas comerciais do mundo.
Autor: Schmidt Becker




