Tecnologia

Inteligência Artificial na Prevenção de Incêndios Florestais no DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) tem se destacado na utilização de inteligência artificial (IA) para monitorar e prevenir incêndios florestais no Cerrado, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. A iniciativa, que envolve uma parceria com pesquisadores, resultou na criação de um sistema inovador que utiliza imagens aéreas para detectar rapidamente focos de incêndio ou fumaça.

A vice-governadora do DF, Celina Leão, enfatiza a importância desse investimento, que é apoiado pelo Fundo de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). Segundo ela, a tecnologia de ponta é fundamental para fortalecer as ações do Corpo de Bombeiros e garantir a preservação do Cerrado, promovendo avanços significativos para a população.

Tradicionalmente, o monitoramento de incêndios era feito apenas por meio de imagens de satélite e rondas presenciais. Agora, com a implementação da IA, o GDF busca evitar grandes incêndios nas áreas do Cerrado. Carolina Schubart, coordenadora do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Ppcif), ressalta que investir em tecnologia de prevenção é muito mais vantajoso do que arcar com os custos de um incêndio de grandes proporções.

Atualmente, quatro câmeras estão instaladas na Torre de TV Digital, monitorando as regiões administrativas do DF 24 horas por dia, em um raio de até 25 km. Quando um sinal de fumaça é detectado, as imagens são analisadas pela IA, que determina se há um princípio de incêndio florestal.

Priscila Solis Barreto, coordenadora do projeto Sem Fogo-DF e professora da Universidade de Brasília (UnB), explica que a IA requer um conjunto de dados para funcionar adequadamente. O projeto, que começou a ser desenvolvido em 2021, enfrentou desafios devido às características do Cerrado, como poeira e neblina, que podem confundir a detecção de fumaça.

Para minimizar os falsos-positivos, a equipe implementou uma nova camada de interpretação. Após a detecção inicial, as câmeras realizam um zoom no ponto identificado para uma análise mais precisa. Se a fumaça for confirmada, a tecnologia classifica o risco e envia as informações para o Corpo de Bombeiros, que pode então tomar as medidas necessárias.

Os resultados têm sido promissores, com apenas 4% dos chamados sendo identificados como falsos-positivos, o que demonstra a eficácia do projeto. A iniciativa é considerada pioneira e um sucesso, contribuindo significativamente para a proteção do Cerrado e a prevenção de incêndios florestais na região.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo